Archive for maio 2011

O amor que eu quero


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Bonito mesmo é aquele amor calado, tímido, prudente. Amor "amorzinho" que não quer dizer amor pequenininho, e sim amor-carinho. Ah esse amor é muito calmo, dá gosto de falar, mas eu nunca senti, porque pra sentir eu tenho que ver. No amor que eu digo, o ver e o sentir só funcionam juntos. Amor mesmo é diálogo, não frase, é natural não é decoreba, é novidade não é clichê. Ah como é bonito o amor de olhar, de escutar, atraves da serenidade, o coração dos apaixonados. O amor não é antítese não! Esse negócio de contradição quem criou teve preguiça de viver o amor e quis personalizar, colocar defeito onde não tinha e aí o amor ficou extinto. Extinto para os fracos, porque amor mesmo é tolerância também. O amor não cabe em nenhum lugar, nem na janela nem na panela. O amor só é bom quando o que se diz a respeito dele condiz com o que ele faz. E não se iluda que o amor não é breve não, ele ´longo e demora... E amor não é como nada, é AMOR, não se compara. O amor também não ama o que não conhece. Nem à primeira, nem à segunda, nem à terceira vista, só mesmo depois de muitas vistas e bem vistas. Amor não requer efusão, alto-falantes e bajuladores, amor requer coragem, vontade, verdade e tudo mais que ele querer...

O amor clichê


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É muito fácil falar de amor quando se sente, é muito bonito, muito clichê também. É grande o amor que "cabe nessa janela sobre o mar...", É "fogo que arde sem se ver..." Amor é bem visto quando todo mundo sabe a fonte, a fonte do poema, da frase feita... O amor é muito bonito quando citado, ele "não prende, não escraviza nem aperta nem sufoca" Ah que bonito é "o amor breve..." tão breve quanto a vida de uma gailnha. Sem falar dos grandes amores, que "são como estrelas, você não sabe onde elas estão, mas sabe que existem" Quem aqui não sabe onde está uma estrela? Bem, eu sei... E no amor que "ninguem vê mas pode sentir"? Esse é espetacular! Você na maioria daz vezes só sente, mas não vê mesmo. E se por isso amor for bonito, isso não tem nada de bonito... E quando se ama o "perdido deixa confundido este coração"? Esse é confuso, como já foi dito... E quando Pessoa disse "que o amor, e não o tempo, é que cura todas as feridas" que absurdo! Perdeu a chance de ficar "calado". E o mais interessante é o amor das redes sociais. Cade o poeta do novo século, da nova geração? Alguém se habilita? Esse amor é ainda mais confuso contudo mais bonito, mais fofo, mais doce e menos verdadeiro, claro! Amor que todo mundo vê e ninguem sente é o que? E quando o amor vai e volta como um clique, é amor também? Me diz qual é o amor que não nasce da convivência? onde é que tem, eu quero também.

E o que seria de mim?


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Às vezes eu fico pensando sabe, se eu não existisse como seria? Como seria minha filha, certamente ela existiria de uma maneira ou de outra, eu acredito nessa ideia. E os meus pais? Será que eles poderiam ser mais felizes ou menos infelizes? Fico pensando tambem na Raquel, na Adrycia, na Anamim, na Larissa... Penso até nos que não estão mais aqui. O que seriam deles sem o ar da minha graça, sem a minha passagem breve ou tumultuada por suas vidas. Penso também na minha irmã! Quem ensinaria inglês a ela durante a época de provas, e a historia? e a lingua portuguesa?... Quem erraria tanto para ela acabar aprendendo com os meus erros e não cometer os dela? O que seria da minha sala de aula do curso de ingles sem a minha presença, pelo menos na chamada...? E o que seria de tantas fotos sem o meu rosto, sem o meu brilho, sem o meu esplendor...? Existiriam as tais fotos? E da minha Vó? O que seria dela? Ela ainda seria dedicada? Quem seria a neta preferida, a mais mimada, a mais problemática e a mais amada também? Quem?
Daí eu fico pensando ainda mais... Como estão os desventurados que ainda não me conheceram, e os do que quase conheceram e o pior: dos que não quiseram conhecer. Por covardia, por medo, por comodidade, por falta de criatividade... por alguma coisa nao participei da vida de tais, mas isso não foi por indisposição minha.
Aí eu paro e penso: Pior que não me conhecer ou não me deixar conhecer é não querer conhecer a Cristo, é julgar a Cristo, é não querer a Cristo, só porque isso talvez seja diferente demais, seja arriscado, vergonhoso ou exija coragem...